Acho divertido observar o que vejo.
Sim porque muitas vezes não vejo nada.
Não se passa nada.
Não há nada para ver ou simplesmente não há entusiasmo para apreciar.
Coisas que deixam um nó na garganta, aperto no estômago, originando deformação, decadência e desilusão.
"Sinto-me pequeno, bem pequeno.Insignificante. Não sei e sei-o tão bem", ouvi eu.
Foi assim que reparei no diálogo entre Eles, no meio da cidade confusa e caótica:
(...)
Porquê?
Toda essa urgência em mostrar.
Necessidade quase que básica, parece, mas não devia.
Pior.
Bem pior.
Desprezo por aquilo que não vês.
Vislumbras carne fresca para consumo, mais nada.
Provas, consomes, segues.
Provas, consomes, segues.
Provas, consomes, segues.
É divertido ver, é.
Pior...
Pior é o gosto... amargo!
Quando me olhas com aquele ar de quem "tá podendo", num tal nível que te permite ignorar e desprezar a minha pessoa, quem eu sou.
Arranjaste nova companhia.
Eu sei.
Disparas em todas as direcções.
Sabes que vem sempre algo, de algum lado ou de vários lados, tanto faz.
Sinal de satisfação, enche-te o Ego.
Sentes-te realizado.
Nada se perde, não é?
Será mesmo assim?
Pior será quando ninguém vier ao teu encontro.
E aí.
Nesse dia, vais-me encontrar.
Vais-me dizer o que já ouvi.
Mas nesse dia, tu não fazes ideia do que vais ouvir...
Vem cá.
Aproxima-te.
Isso.
Bem junto a mim.
Digo-te, então, sussurrando...
Consegues encantar.
Consegues fazer gostar.
Consegues acarinhar.
Consegues fazer amar.
Mas de todas as coisas que consegues fazer melhor é:
Afastar quem te faz aproximar.
De ti.
E se olhares bem, a sério, muito bem...
Perceberás que aqui, aqui, já não há espaço.
Tornei-me como tu, para te perceber e percebi...
Jamais serei como tu.
Mendigo de sentimentos.
Assassino de emoções.
Haja o que houver.
(...)
Afinal...