Objectivo: Não entrar para o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV-TR)

terça-feira, dezembro 30, 2008

2008-2009




Detestável a Passagem d’ Ano.


Começo a pensar que algo de grave se passa comigo.
Uma coisa é sermos indiferentes, não gostarmos muito, enfim.
Outra é começarmos a sentir náuseas e mal-estar quando pensamos no que fazer e como passar esta noite.
Mas talvez saiba porquê.
Fora todos esses clichés para desculpabilizar muito rapidamente esta sensação, surge a realidade.
Severa, árdua, pesada, mas verdadeira.
Penso no que já fiz, no que poderia ter feito.
Penso que fiz muito, que fiz pouco.
Sinto-me contente, descontente.
Sinto-me realizada, arrasada.
A carga da troca d’ anos arrasa-me por completo, essa é a verdade.
Desgasta-me.
Ninguém sabe onde passar, todos têm planos, mas afinal não é bem assim, andam todos apressados para escolher o sítio e o local mas a companhia fica para último lugar, ninguém está disponível mas depois já está para voltar a não estar, sem satisfações, e à última da hora todos se esquecem de brindar ao mais importante e com quem nos é mais querido. Porque simplesmente todas essas pessoas estão aqui e ali, espalhadas, a festejar igualmente com outros.

Não as podemos ter todas juntas, o que me entristece...
Nunca chego satisfeita a casa e nunca tenho a coragem necessária para assumir que estou descontente. Sorrio sempre, pró ano com tempo combinar-se-à algo em grande.
Mas esse ano, é este e são todos os outros.
- “Que exagero, que sofridão por algo que são meros pormenores”, dizes-me.
Pois…
Se calhar sou Eu, Eu e os meus Pensamentos.
Simplesmente verdadeiros, puros e duros!

Aguenta que dói, dói!
Feliz 2009!

domingo, dezembro 14, 2008

Honesto




Viajo por todos esses sons.
E de facto mas sem fato, concretamente, objectivamente.
É a rima, aquele som pulmonar.
Entra completamente, faz sentido.
Não me esforço para gostar.
Gosto simplesmente.
Todos os outros demasiado rebuscados.
Emanam demasiado fumo no surrealismo que proclamam.
Não emanam, de facto, consomem, snifam alternatividade.
Afastando simplicidade.
Mas entro na mesma.
Ouço na mesma.
Compro na mesma.
Fico desactivada.
Desconectada.
Demasiado alternada ou alterada?
Acabo por cair.
Vomitar todo aquele fumo.
Demasiado intoxicado.
Alternatividade disfarçada de luxo undergroud.
Esfaqueia a alma.
Nesse momento.
Percebo.
Estou a fugir, dali.
Porque…

São as rimas.
São as rimas.

É o beat.
É o beat.

É o som cá dentro.
A fazer sentido…

O Ideal…
Honesto.
Hip Hop…

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Blá Blá Blás


Delirante.
Deveras delirante ver toda essa patetice patética.
De facto muito pouco.
Muito pouco.
Basta olhar ali para o lado e perceber.
Ilusões, ilusões!
Tira o pé da poça e age!
Condignamente e não hipócritamente, mentirosamente, disfarçadamente, piedosamente.
Só para fazer o jeitinho.
Só palhaços e ainda por cima de 5ª categoria, disfarçados de diamantes e pedras preciosas.
Só mesmo patetas para acharem que sim.
Que estão no piso superior quando sobrevivem debaixo da cave.
Podres.
Ainda se acham, elevam a moral.
Patetas que não passam disso mesmo, de... blá blá blás!

Blhec!INojento!
Vou subir de andar...

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Décalage




Esquecendo todos esses comentários que fazem parte.
Pertencem ao passado e ao futuro não têm espaço.
Porque somos mais novos, a nostalgia da altura em que eles também o eram!
Observo com carinho.
O que pensarão eles de facto?
Os que já viveram o suficiente para saber exactamente como é a vida.
Os que nos irritam e muitas vezes não ouvimos.
Esses, esses, que já sabem onde tudo vai dar, como é…
Quando olham para nós, espalhados pelas ruas, divagando, procurando por aquilo que eles já encontraram, há muito.
Perceberão?
Sentirão a tristeza no olhar, a busca incessante de algo que está sempre para além do que podemos, a inquietude, a inconstante presença de nós na presença de outros, na ausência, na décalage entre nós e nós mesmos.
Nessa tal altura em que tudo era difícil mas mais fácil.
Reparo nas vozinhas baixas, torcidas e críticas sobre nós, num tom verdadeiramente doce, melancólico, paternal, o que não nos sucede…
Atiramos balas de ironia sem sabermos usar assim tão bem e desprezamos toda essa riqueza…
E a questão é, como conseguiram Eles chegar até aí se aqui, neste patamar, já custa passar, dar mais um passo sem hesitar 1 milímetro na dose de confiança.

Que doce velhice…